Apendicite

O que é apendicite?

Apendicite é uma irritação, inflamação e infecção do apêndice cecal (um tubo estreito e fino que se localiza no Ceco – porção inicial do intestino grosso). O apêndice funciona como uma parte do sistema imunitário durante os primeiros anos de vida. Após esse período de tempo, o apêndice deixa de ter função imunológica importante e outros órgãos assumem esse papel. O Apêndice pode inflamar, infectar e, se não tratado, pode formar pus e perfurar, provocando infecção grave e até a morte.

O que causa a apendicite?

Apendicite ocorre quando o interior do apêndice fica cheio de alguma coisa que faz com que inche, tais como fezes, muco, parasitas e sementes de frutas. O apêndice, então, torna-se irritado e inflamado. O suprimento de sangue para o apêndice é cortado com o inchaço, agravando consideravelmente o quadro. O fluxo de sangue adequado é necessário para manter uma parte do corpo saudável, dessa forma, quando é reduzido, o apêndice começa a morrer e as bactérias se proliferam, infectando suas paredes. Isso pode causar sua ruptura (ou perfuração), permitindo que fezes e bactérias vazem, infectando assim o abdômen. Uma infecção no interior do abdômen é conhecida como peritonite.

Devido ao risco de ruptura com peritonite, podem ocorrer a septicemia e a morte, em até o período de 48h a 72h após o início dos sintomas. Assim, a apendicite é considerada uma emergência, e qualquer pessoa com sintomas deve procurar um médico imediatamente.

Quais são os fatores de risco para a apendicite?

A apendicite afeta uma em cada 1.000 pessoas, e seus sintomas intensos fazem com que ela seja uma fonte comum pela busca por tratamento de emergência.

A maioria dos casos de apendicite ocorrem entre a faixa etária de 10 e 30 anos, mas podem aparecer em qualquer idade. Qualquer pessoa com dor abdominal deve considerar seriamente a possibilidade de estar com apendicite.

Quais são os sintomas de apendicite?

A seguir estão os sintomas mais comuns da apendicite, embora, cada indivíduo possa apresentar sintomas de formas diferentes:

  • Dor no abdômen, que pode começar na área ao redor do umbigo e passar para o lado inferior direito, mas também pode começar na parte inferior direita;
  • Geralmente aumenta com o tempo;
  • Pode piorar com o movimento, respiração profunda, ao ser tocado, quando se tosse ou espirra;
  • Se o apêndice se romper, pode se espalhar por todo o abdômen;
  • Náuseas e vômitos;
  • Perda de apetite;
  • Febre e calafrios;
  • Prisão de ventre;
  • Diarreia;
  • Inchaço abdominal.

Muitas pessoas tomam remédios por conta própria para controlar a dor, náuseas e febre, comportamento que pode levar ao atraso do diagnóstico e, consequentemente, aumentar o risco de complicação da doença. Os sintomas de apendicite podem assemelhar-se outras problemas. Consulte sempre o médico para um diagnóstico.

Como é diagnosticada apendicite?

Além de uma história médica completa e exame físico, procedimentos de diagnóstico de apendicite podem incluir o seguinte:

  • Os exames de sangue (para verificar se há sinais de infecção, como contagem de células brancas do sangue elevada);
  • Os testes de urina (para descartar uma infecção do trato urinário);
  • Procedimentos de imagem, incluindo os seguintes:
    • Ultrassonografia abdominal;
    • Tomografia computadorizada do abdômen.

O tratamento para a apendicite

Devido à probabilidade do apêndice romper e causar uma grave infecção com risco de morte é recomendado que o apêndice seja removido com uma operação.

Esta operação é chamada de Apendicectomia.

O apêndice pode ser removido de duas formas:

Método aberto. Sob anestesia, uma incisão é feita na parte inferior do lado direito do abdômen. O cirurgião localiza o apêndice para removê-lo. Se o apêndice rompeu, um pequeno tubo de drenagem pode ser colocado para permitir que os fluidos de pus e outras secreções, que estão no abdômen, sejam drenados.

O dreno será removido em poucos dias, quando o cirurgião vê que a infecção abdominal diminuiu.

Laparoscopia. Este procedimento feito sob anestesia geral utiliza três pequenas incisões para introduzir no abdômen instrumentos cirúrgicos e uma câmera, chamada laparoscópio, para olhar dentro do abdômen durante a operação. Pode ser também utilizado um dreno em situações de apendicite perfurada com abscesso peritoneal. Durante uma apendicectomia laparoscópica, o médico pode decidir se uma apendicectomia aberta é necessária.

As pessoas podem viver uma vida normal sem o seu apêndice. Mudanças na dieta ou modificações no estilo de vida não são necessários.

Riscos do procedimento

Como qualquer procedimento cirúrgico, as complicações podem ocorrer. Abaixo estão listadas algumas complicações possíveis, não estando limitadas apenas a estas:

  • Infecção da ferida cirúrgica;
  • Peritonite. Uma infecção do abdômen que pode ocorrer se o apêndice se rompe durante a cirurgia ou se já houver um abscesso abdominal;
  • Obstrução intestinal;
  • Sangramento;
  • Trombose e embolia;
  • Complicações pulmonares;
  • Septicemia;
  • Morte.

Pode haver outros riscos, dependendo da condição médica específica. Certifique-se de discutir quaisquer preocupações com o médico antes do procedimento.

 


Orientações Gerais


Antes da cirurgia

  • O médico explicará o procedimento e oferecerá a oportunidade de fazer qualquer pergunta que você possa ter;
  • Será solicitada assinatura de um termo de consentimento que dará permissão para fazer o procedimento. Ler cuidadosamente o formulário e perguntar se algo não estiver claro;
  • Além de uma história médica completa e um exame físico, poderá passar por exames de sangue e outros testes de diagnóstico;
  • Deverá estar em jejum de 8 horas para a cirurgia;
  • Se a paciente estiver grávida ou suspeitar de gravidez, deve informar o seu médico;
  • O paciente deverá avisar ao médico se é sensível ou é alérgico a algum medicamento, látex, fita e agentes anestésicos (local e geral);
  • O paciente deverá notificar o médico sobre todos os medicamentos, suplementos alimentares, vitaminas, chás e ervas que está fazendo uso;
  • Avisar o médico se possui uma história de distúrbios hemorrágicos ou se você estiver tomando qualquer medicamento coagulante;
  • Poderá receber um sedativo e analgésicos antes da cirurgia para se sentir confortado;
  • Com base na condição médica, o médico poderá solicitar uma preparação específica.

Durante a cirurgia

A Apendicectomia é realizada em regime de internação hospitalar. É feita sob anestesia geral. Em alguns casos pode ser usada a raqui-anestesia na apendicectomia aberta. Geralmente, uma cirurgia segue este processo:
  • O paciente não levará para o hospital joias, relógios e similares.
  • O paciente receberá roupas próprias para uso no Bloco Cirúrgico.
  • Um cateter intravenoso fino será inserido no braço ou mão.
  • Abdômens muito peludos serão depilados.
  • O paciente será posicionado na mesa de operação.
  • O médico anestesiologista vai monitorar continuamente a sua frequência cardíaca, eletrocardiograma, pressão arterial, respiração, nível de oxigênio e dióxido de carbono no sangue durante a cirurgia.
  • A pele do abdômen será limpa com uma solução anti-séptica.
  • Na cirurgia aberta, o médico fará uma única incisão na parte inferior direita do abdômen. Na videolaparoscopia, três pequenas incisões no abdômen serão feitas. Gás de dióxido de carbono será introduzido no abdômen para a insuflação da cavidade abdominal criando assim um espaço para o cirurgião trabalhar.
  • Será feita a retirada do apêndice.
  • Um dreno poderá ser colocado no local da incisão para remover líquidos.
  • A incisão será fechada com suturas cirúrgicas.
  • Um curativo estéril será aplicado.
  • O apêndice será enviado ao laboratório para análise.

Após a cirurgia

No hospital

Após a cirurgia, você será levado para a sala de recuperação anestésica para observação. O seu processo de recuperação pode variar dependendo do tipo de cirurgia realizada e o tipo de anestesia que é dada. Uma vez que sua pressão arterial, pulso e respiração continuam estáveis e você está alerta, será então levado para o quarto. Você pode receber medicação contra a dor. Pode ter um dreno instalado durante a cirurgia. O dreno será removido pelo cirurgião no momento certo. Você será incentivado a sair da cama dentro de algumas horas após a cirurgia. Dependendo da situação, pode ser iniciada uma dieta líquida algumas horas após a cirurgia. A alta hospitalar geralmente ocorre no 1o dia após a cirurgia. Eventualmente, a internação é um pouco mais longa.

Em casa

Uma vez que você está em casa, é importante manter a ferida cirúrgica limpa e seca. O médico dará instruções específicas para o banho e sobre os cuidados com o dreno (se houver). Os pontos geralmente são internos, com fio cirúrgico absorvível. Se forem usados pontos externos, eles serão removidos no retorno ao consultório junto com o dreno (se houver). A incisão e os músculos abdominais podem doer, especialmente, após longos períodos de pé, portanto, o médico irá prescrever um analgésico. Tomar aspirina e outros medicamentos para a dor pode aumentar as chances de sangramento. Certifique-se de tomar apenas os medicamentos recomendados. Andar a pé e executar movimentos limitados poderão ser incentivados, mas a atividade extenuante deverá ser evitada. O médico irá instruír sobre quando poderá voltar ao trabalho e retomar as atividades normais. Entre em contato com o médico para relatar qualquer uma das seguintes opções:
  • Febre ou calafrios;
  • Vermelhidão, inchaço, sangramento ou drenagem de secreção no local da incisão;
  • Aumento da dor ao redor da incisão;
  • Dor abdominal, cólicas, inchaço do abdômen.
Após uma apendicectomia, o médico poderá fornecer instruções adicionais ou alternativas, dependendo da situação particular do paciente.